Desenho da chapinha de 1936 para conhecimento dos consumidores |
Rabino Tobias Geffen |
É bom quando se consegue juntar duas coisas tão diferentes quanto judaísmo e Coca-Cola. Recentemente a Rua Judaica, do amigo jornalista Osias Wurman publicou uma matéria adaptada do Jerusalem Post que reproduzo em seguida. Infelizmente, como é comum na grande mídia (JPOST) alguns detalhes encontrados em instantes não são procurados. Além da história do rabino Geffen, o mais importante era localizar no tempo o momento da "kasherização" da Coca-Cola. Isso foi em 1935. A foto do rabino Tuvia ou Tobias Geffen também não foi publicada pela JPost, portanto está aqui em cima
Curiosamente é a mesma época em que se acusa a Coca-Cola de, arianizada na Alemanha, continuar mantendo seus negócios com o governo nazi. A Coca-Cola foi a principal viabilizadora econômica da Olimpíada de Berlim de 1936. Todas as fotos em que seus logos e cartazes aparecem durante os jogos estão no arquivo da empresa não disponíveis. Ou seja, temos uma documentação comprovada da dualidade e ambiguidade da política de neutralidade norte-americana daquele período.
Anúncio original canadense de 1936 |
E já se antecipando às elevações com pouco sentido de produtos para Pessach, o anúncio é muito claro e diz que os preços usuais (5 centavos) devem prevalecer.
"Nós, através desta, declaramos que Coca-Cola é uma bebida puramente vegetal, analisada por grandes químicos e é uma bebida permitida para o serviço do Seder. Especialmente engarrafada para Pessach. Cada garrafa é selada com uma chapinha com as palavras Kohser Le Pessach."
É um documento único de minha coleção e este é o momento mais apropriado para sua divulgação.
Atualmente o que diferencia a normal da kosher de Pessach é o uso de açúcar na kosher enquanto a Coca normal usa frutose de milho. As empresas Gefen e Guefen não são relacionadas ao rabino Geffen.
Anúncio da Pepsi de 1941 |
Os Estados Unidos praticamente deixaram de usar o açúcar de cana para refrigerantes após a Revolução Cubana de 1959. Mas é absolutamente normal para diversas outras marcas, principalmente a Pepsi também produzir seus refrigerantes em edições especiais com açúcar de cana brasileiro para Pessach. A Pepsi iniciou esta prática em 1941
Chag Pessach Sameach
José Roitberg - jornalista
mais sobre a história da publicidade de Coca-Cola em http://cokebr.blogspot.com/ e http://jipemnia.com/coke
(English) It's nice when you can tie so different things like Judaism and Coca-Cola. Recently the Jerusalem Post published an article on 40years of the death of the Rabi that kasherized the Coca-Cola but lacked the most important information, the date. It happened in 1935. This was the same period when the arianized Coca-Cola company in Germany continued the business with the Nazis like so many other American companies. Coca-Cola was the main sponsor of 1936 Berlin Olimpics and all the pics with the mark at streets and stadiums are banned or stucked into Coca-Cola Archive not available to the public.
In some days I will publish a complete and illustrated article on that period. But it's interesting to notice the duality of isolationist politics of US at the 1930's. In Americas Coca Kosher and in Germany sponsoring the regime that openly harassed and prosecuted the Jews.
This is a unique ad, published by The Canadian Jewish Chronicle on it's pre-Passover edition. Read Carefully. There is a lot of information on it.
Latas de Israel para Pessach de 2017 |
Na África do Sul também há produção especial |
No EUA as garrafas PET de KLP ficaram conhecidas por suas tampinhas amarelas |
A Coca-Cola, é claro, também produz seus refrigerantes com a certificação Halal muçulmana para um público imenso |
(publicado em Rua Judaica)
O RABINO E A COCA-COLA KASHER
De uma história como esta podemos ver que quando um judeu decide que quer comer Kasher e assume com orgulho sua opção, os outros, inclusive os não-judeus, não somente respeitarão a decisão, como inclusive darão apoio e ajuda para que a comida Kasher não seja um obstáculo para reuniões de negócios, encontros sociais e festas.
Editado por Fernando Bisker (EUA-Miami) - matéria adaptada do Jerusalem Post - fev.2010